BMP registra prejuízo de R$ 541 milhões após ataque hacker; outras cinco instituições também foram afetadas
O setor financeiro brasileiro voltou a ser alvo de um dos maiores ciberataques registrados nos últimos anos. O Banco BMP, uma instituição de médio porte que atua com foco em crédito corporativo e digital, reportou um prejuízo de R$ 541 milhões após sofrer um ataque hacker de alta complexidade. Além do BMP, outras cinco instituições financeiras também teriam sido alvo do mesmo grupo de invasores, acendendo um alerta vermelho sobre a segurança cibernética no sistema bancário nacional.
Neste artigo, você confere os detalhes do ataque, o impacto financeiro e operacional no BMP, o contexto que envolve os outros bancos afetados e como o mercado e os órgãos reguladores estão reagindo ao caso.
💻 Como ocorreu o ataque hacker?
O incidente, que teria começado na madrugada de sexta-feira, foi classificado como um ataque coordenado de ransomware, em que os sistemas internos do BMP foram invadidos e criptografados, exigindo o pagamento de resgate em criptomoedas para a liberação dos dados.
Segundo fontes próximas à investigação, os criminosos teriam se infiltrado por meio de uma vulnerabilidade em sistemas de autenticação externa, explorando brechas em APIs de integração com serviços de terceiros. Uma vez dentro da rede, os hackers comprometeram operações de liquidação, sistemas de crédito e movimentações entre contas.
📉 Prejuízo de R$ 541 milhões: o que foi perdido?
O valor reportado de R$ 541 milhões em prejuízos engloba:
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Transferências fraudulentas realizadas antes do bloqueio total do sistema;
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Valores sequestrados por meio de movimentações não autorizadas;
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Perda temporária de receitas com interrupção de serviços;
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Investimentos emergenciais em infraestrutura e resposta ao incidente.
De acordo com o BMP, parte dos recursos foi desviada para carteiras de criptomoedas e mixers digitais, dificultando o rastreamento por autoridades.
🏦 Outras cinco instituições também foram atacadas
Embora o BMP tenha sido o mais impactado financeiramente, outras cinco instituições financeiras de médio porte — cujos nomes ainda não foram oficialmente divulgados — também sofreram tentativas de invasão.
Segundo apuração preliminar do Banco Central e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), essas instituições apresentaram sinais de tentativas de acesso indevido, embora tenham conseguido conter os danos a tempo ou minimizar os impactos com protocolos de emergência.
⚠️ Reação do mercado e dos reguladores
📌 Banco Central
O Banco Central do Brasil emitiu uma nota de alerta e informou que reforçou a vigilância sobre o sistema financeiro nacional, recomendando uma nova rodada de testes de segurança em instituições com infraestrutura digital exposta.
📌 Febraban
A Febraban declarou que está colaborando com investigações e que vai atualizar as diretrizes de segurança cibernética para instituições associadas. A federação também recomendou a adoção de autenticação multifator avançada, revisão de firewalls e medidas adicionais de criptografia de dados.
🔐 Segurança cibernética no setor bancário: um ponto de atenção
Esse ataque reforça o alerta de que instituições financeiras, especialmente de médio porte, precisam intensificar investimentos em cibersegurança. O uso crescente de plataformas digitais, open banking e integração com fintechs aumenta exponencialmente o risco de vulnerabilidades.
Principais medidas que os bancos devem adotar:
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Reforço em sistemas de detecção e resposta a intrusões;
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Auditoria contínua de acesso e autenticação de APIs;
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Criptografia ponta a ponta e segregação de dados;
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Simulações regulares de ataques (testes de penetração);
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Parcerias com empresas especializadas em segurança digital.
💬 O que dizem os especialistas?
Especialistas em cibersegurança afirmam que o ataque ao BMP foi altamente sofisticado e provavelmente contou com colaboração internacional. A presença de “ferramentas de persistência” nos servidores da instituição indica que os invasores podem ter estado dentro da rede por semanas antes de agir.
“Ataques como esse são cada vez mais comuns e exigem uma abordagem integrada de prevenção e reação. Não se trata mais de ‘se’ uma empresa será atacada, mas ‘quando’”, afirma Carla Menezes, analista sênior da Cybertrust Brasil.
📈 Impactos para clientes e investidores
Até o momento, o BMP afirmou que nenhum cliente pessoa física teve saldo comprometido, pois os desvios ocorreram em sistemas internos e em contas de intermediação. No entanto, o banco enfrentou instabilidade temporária nos canais de atendimento e bloqueio de alguns serviços online, o que gerou insatisfação entre clientes.
A instituição também sinalizou que está cooperando com a Polícia Federal e o Ministério Público, além de buscar recuperação parcial dos valores desviados com auxílio de empresas forenses internacionais.
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O ataque hacker que causou um prejuízo de R$ 541 milhões ao BMP acende um sinal de alerta não apenas para o banco atingido, mas para todo o sistema financeiro brasileiro. A crescente digitalização do setor exige medidas cada vez mais robustas de segurança, inclusive entre instituições menores, que muitas vezes são os alvos preferenciais por possuírem estruturas menos preparadas.
O episódio deve acelerar regulamentações e investimentos em cibersegurança, com reforço de normas do Banco Central e maior fiscalização sobre protocolos digitais adotados pelas instituições financeiras.
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